Embarque saudável: viajando de avião após a pandemia
Embarque saudável: viajando de avião após a pandemia
Atenção passageiros, dirijam-se ao portal de embarque! Para quem frequenta os aeroportos brasileiros o comunicado para o embarque é rotineiro. Os passageiros têm uma série de itens que não podem faltar em uma viagem: cartão de embarque, cartão de vacina, malas, agasalhos e outros, mas você já parou para se perguntar por que algumas pessoas adoecem durante o voo? E quais são as dicas que os passageiros podem ter para que o embarque seja saudável?
Quem explica é a médica do Grupo Med Mais, Dra. Tatiana Guedes, que atua no Serviço Médico de Emergência e Remoção de Vítimas (SME) do aeroporto de Confins. Os problemas mais comuns durante os voos são: enjoos, vômitos, dor de cabeça, dor de ouvido, inchaço nas pernas, problemas respiratórios e cardíacos.
Para a especialista, esses problemas acontecem em função das diferenças entre o ar dentro do avião e na terra, pois no avião ele é pressurizado, e então, o corpo reage a essas mudanças.
“Todas as cavidades ocas dentro do nosso corpo se expandem e enchem com mais ar, e enchem dentro dos ouvidos, facilitando enjoos e vômitos que podem piorar com a turbulência e se a pessoa tiver de ressaca ou se estiver alimentada com comidas pesadas e bebidas muito gasosas, o passageiro tem a sensação de sentir uma pressão na cabeça, ou seja, começa a apertar o cérebro e as outras estruturas dentro do crânio. A consequência dessa intercorrência é dor de cabeça, e para quem já tem algum problema, como crises convulsivas, pode desencadear uma crise convulsiva dentro do avião”, explica.
Outro problema grave que pode acontecer durante o voo é que a dor de cabeça piora por conta de outras adaptações, a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue vai ser menor pois a cabine do avião oferece menos oxigênio, “a adaptação é aumentar a frequência cardíaca, ou seja, aumentar a velocidade do batimento do coração. E a outra coisa que acontece são as veias dilatadas, é mais fácil da gente ver isso nas pernas, mas isso acontece no corpo todo. E isso dificulta o sangue a voltar para o coração”.
A médica Dra. Tatiana Guedes explica também que essa pressão cardíaca pode desencadear em um pico de pressão arterial. Aumentando a velocidade do batimento cardíaco, e a força do coração, junto com a baixa de oxigênio, o risco é de dar um infarto, uma angina ou um derrame, em termos médicos é o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“O inchaço nas pernas pode levar a trombose porque o sangue fica ali parado e acumulado a muito tempo. A baixa de oxigênio piora e leva problemas asmáticas e de pessoas que tem problemas pulmonares, como enfisemas ficarem”.
E por último, outra intercorrência que pode acontecer durante os voos são com as mulheres grávidas. “O bebê e a placenta também sofrem com a pressurização do ar dentro do avião, e por isso é fundamental o atestado médico para voar, da 30ª semana, ou seja, do sétimo mês e meio até a 39ª semana, e depois da 39ª não pode mais viajar. Por isso, verifique com a sua companhia aérea, com antecedência e enviar o atestado para a companhia, antes do check in, faça uma avaliação com o seu médico”.
Check list para uma viagem segura
- Se tiver um problema de saúde preexistente, procure um médico e faça um check up antes do voo;
- Se fizer medicações de uso continuado, leve e também a receita do médico, pois em caso de intercorrência, poderá ajudar a equipe de saúde;
- Evite bebidas cafeínadas e energéticos;
- Não viaje se estiver de ressaca;
- Faça a ingestão de líquidos, como água, suco e chá;
- Evite bebidas gasosas, como refrigerantes;
- Não use sedativos, porque se estiver dormindo na mesma posição, vai piorar o inchaço e a pulsação;
- E em casos especiais, use uma meia compressiva, pois ajuda a melhorar a circulação.