Saúde Corporativa e as transformações desse serviço
Saúde Corporativa e as transformações desse serviço
Se a tecnologia vem influenciando a vida das pessoas tanto em comunicação, locomoção e relacionamento, porque não iria fazer o mesmo na Medicina Ocupacional? É só uma questão de tempo até que a era digital domine mais espaço e mude até a nossa forma de nos mantermos saudáveis no ambiente de trabalho. Isso faz parte das transformações da saúde corporativa.
Desde o surgimento da medicina moderna ela vem passando por mudanças e atualizações constantes. Estratégias de prevenção, por exemplo, são uma evidência do quanto temos avançado em prol de uma vida mais saudável e plena.
E dentro dessa premissa a prevenção e o tratamento de doenças continua mudando e se transformando conforme a humanidade avança com uso de novas tecnologias.
Essas novas tecnologias atingem todo o mercado, e junto com ele mudam a realidade da saúde corporativa, ou ocupacional. Este e-book traz uma reflexão de como isso pode transformar a maneira como lidamos com a Saúde ocupacional no mundo corporativo.
Tecnologia e medicina moderna
As inovações tecnológicas impactam a medicina todos os dias com novas pesquisas, estudos e descobertas. E nos apoiamos no desenvolvimento da ciência para a cura de doenças e tentamos o que há de mais moderno nos tratamentos.
A tecnologia está constantemente interligada à medicina, uma depende da outra para evoluir e atingir objetivos que vão de encontro a oferta de serviços de atenção integral ao paciente.
Depois das grandes descobertas do século XIX, imunizantes e antibióticos, o objetivo atual não é mais o de apenas curar doenças, mas de promover mais qualidade de vida ao paciente.
Proporcionar uma vida mais saudável e com qualidade de vida, para que esse paciente não adoeça, e se porventura adoecer, tenha mais chances de se curar.
Para isso é preciso atenção constante, acompanhamento de cronicidades e acesso simplificado ao atendimento.
Conforme a medicina avança nesse objetivo, a tecnologia cria ferramentas para facilitar o alcance dessa meta. Uma dessas ferramentas é a Internet e todos os instrumentos presentes nela desenvolvidos para oferecer ao cidadão a oportunidade de usufruir de um atendimento integral.
Cientificamente falando
O estudo global da Deloitte “Forças da mudança: O futuro da saúde”, de 2020, apresenta dados significativos quanto ao comportamento das empresas quanto à tecnologia médica e já começaram a incorporar ferramentas que geram, coletam e compartilham dados para analisar indicadores.
Isso é usado para criar percepções específicas sobre a saúde do paciente, e a partir daí uma estratégia pode ser feita pela instituição responsável por aquele paciente.
Essa atitude gera um impacto significativo tanto para o paciente, quanto para as operadoras de planos de saúde, assim como para as empresas que se preocupam com a saúde dos seus funcionários ou colaboradores.
A tecnologia na saúde corporativa
Baseado nas tendências emergentes de tecnologia, podemos dizer que a transformação tecnológica é o que vai conduzir a saúde corporativa num futuro próximo. Fatores como praticidade, conexão, redução de custos e acesso facilitado devem revolucionar o bem-estar de funcionários e colaboradores.
Se as tecnologias desenvolvidas, no âmbito da medicina moderna, estão aqui para simplificar o acesso à saúde, isso também reflete na saúde ocupacional.
Conforme as novas ferramentas e estratégias vão chegando no mercado, é fundamental saber usá-las de acordo com a necessidade da instituição.
A otimização dos serviços de medicina do trabalho irá incluir ferramentas de facilitação e compartilhamento. Essas plataformas poderão funcionar por meio de aplicativos para smartphone, atendimento remoto por meio de conexão via internet – a Telemedicina.
Essa e outras praticidades vão impactar em como as empresas realizam o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO e em diversos outros fatores.
A saúde corporativa e as novas possibilidades
Com a abertura do mercado para a melhoria da saúde do profissional, as empresas buscam cada vez mais atingir os principais fatores causadores de afastamentos e acidentes do trabalho.
Assim, a saúde ocupacional deixa de focar só nos exames obrigatórios e entra em um novo espaço, buscando o bem estar e a qualidade de vida do colaborador.
Assim, encontramos dentro das empresas com atendimento especializado, a presença de profissionais da ortopedia, da psicologia, da psiquiatria, serviço social, fisioterapia, entre outros.
Esse atendimento não está direcionado a atender os acidentes ou problemas já desenvolvidos, mas sim, promover ações que fortaleçam as principais causas de adoecimento das equipes.
Como direcionar esse atendimento?
O principal fator na hora de definir a equipe de saúde corporativa é a avaliação das atividades que são realizadas dentro da empresa.
Assim, entendendo a dinâmica é possível destacar o principal caminho a ser tomado.
Sabe aquelas atividades que exijam grandes níveis de concentração e responsabilidade? Onde há pressão para cumprimento de prazos e atividades?
O melhor investimento pode estar nos profissionais que irão cuidar da saúde mental ou naqueles que envolvem atividades que permitam o descanso mental, como a utilização da ginástica laboral.
Já nas atividades que demandam maior esforço físico ou movimentos repetitivos, pode-se pensar em ortopedia e fisioterapia.
Ainda há outras atividades que podem ser desenvolvidas para o bem estar do colaborador, como a disponibilização de espaços de relaxamento que podem contar com um massoterapeuta, por exemplo.
Para o sucesso dessas ações é importante fazer uma avaliação dos critérios a serem adotados, em parceria entre os Gestores, Diretores e setores de Recursos Humanos e Saúde e Segurança Ocupacional.
Telemedicina
Atentos às necessidades atuais do segmento de Saúde Ocupacional, algumas empresas já começam a inovar oferecendo os serviços de Telemedicina. A nova modalidade pretende disponibilizar o atendimento médico de forma remota.
Apesar de não convencional, a Telemedicina já é utilizada em diversos países e foi aprovada pelo Governo Federal (Lei 13,989, Lei da Telemedicina), desde 2020, devido a pandemia do novo coronavírus.
Utilizar esse método garante o bem-estar dos funcionários e proporciona diversas vantagens para as empresas, entre elas a economia em saúde ocupacional.
A telemedicina pode ser usada tanto na identificação de doenças ocupacionais, como na prevenção ou no acompanhamento delas.
- O que é Telemedicina?
Pode parecer inusitado, mas o termo Telemedicina existe desde 1950, quando foi descrito em um artigo publicado pela Sociedade Norte Americana de Radiologia.
A telemedicina avançou muito desde então com a ajuda dos meios de comunicação e, principalmente, da Internet.
Hoje, o contato entre um médico e um paciente não depende mais do encontro presencial, ou seja, a troca de informações pode ser feita remotamente.
A telemedicina se baseia no uso de tecnologias em benefício dos procedimentos médicos, aumentando a interação entre profissionais de saúde que estão à distância, oferecendo ferramentas de diagnóstico e modernizando processos que atualmente são lentos.
Ela fornece ferramentas para que a clínica de medicina do trabalho otimize a gestão, qualificando seu atendimento e direcionando investimentos para áreas mais estratégicas.
- Saúde ocupacional remota
Podemos usá-la m diversos setores e a saúde ocupacional é um deles. O colaborador da sua empresa pode realizar diversos os exames tradicionais como: admissional, demissional, de retorno ao trabalho, de mudança de função ou os periódicos.
Todos eles podem ser realizados utilizando computadores, tablets e até smartphones com as ferramentas de telemedicina. E tudo isso sem precisar se deslocar do seu ponto de trabalho, seja em casa ou na empresa.
- Vantagens
Poder oferecer um serviço, que antes era presencial, de forma remota pode trazer diversas vantagens.
- Economia – Gastos com deslocamento, contratação de um profissional in loco e perda de horas trabalhadas são alguns dos pontos de economia oferecidos pela Telemedicina;
- Praticidade – Os agendamentos, consultas e diagnósticos podem ser feitos utilizando um dispositivo com acesso à internet. Seja ele um celular, tablet, notebook ou computador;
- Segurança – Respeito às leis de sigilo entre médico e paciente, conforme a certificação internacional – HIPAA;
- Tecnologia – Os dados ficam em prontuários online, e podemos usá-los para gerar indicadores de saúde ocupacional. Além disso, ficam acessíveis para o monitoramento da saúde dos colaboradores.
Como usar a tecnologia na saúde corporativa?
A empresa precisa contratar um prestador de serviços médicos ocupacionais capacitado, que vai disponibilizar as ferramentas necessárias e implementar o serviço em conformidade com a legislação.
Entre as principais soluções tecnológicas que esse prestador pode oferecer vamos listar aqui algumas das mais comuns.
Prontuários eletrônicos – O prontuário eletrônico traz benefícios assistenciais e econômicos. De um lado se observa a integração dos dados do paciente, e do outro a redução dos custos operacionais.
- Acompanhamento do paciente, do diagnóstico e do tratamento;
- Utilização de espaço físico reduzido no arquivamento de documentos.
- Integra as informações do paciente em um só documento.
Laudos – Algumas clínicas têm muita dificuldade em emitir os laudos se especialistas suficientes na equipe, e contratar um profissional específico custa mais caro.
Ao optar pela terceirização desse serviço, a emissão de laudos à distância é mais uma solução que a Telemedicina proporciona.
Telediagnóstico – Outra tecnologia que tem revolucionado o mercado da saúde ocupacional é o telediagnóstico. Por meio do telediagnóstico, a empresa pode terceirizar a realização dos laudos dos exames. Além da vantagem de contar com profissionais altamente especializados para a sua clínica, a utilização deste serviço permite agilidade no atendimento.
Contar com um médico pneumologista, por exemplo, para laudar o exame de espirometria, é fundamental para monitorar a saúde de trabalhadores em ambientes onde são expostos a poeira ou produtos químicos.
Fluxo de exames otimizado – Ao utilizar prontuários eletrônicos e a emissão de laudos remotamente os fluxos dos exames automaticamente melhora, devido a automação dos processos.
Essa automação gera economia em diversas esferas da organização e a partir do momento em que os gastos forem reduzidos, o tempo otimizado, e a qualidade de serviço garantida, a consequência não poderia ser outra a não ser o crescimento.
Telemedicina e gestão
A telemedicina democratiza o acesso aos dados de forma integrada. Onde empregador, paciente e operadora de saúde podem compartilhar informações e buscar a melhor solução comum.
Agora que já compreendemos como usar a telemedicina como estratégia na saúde corporativa, podemos pensar nela como uma oportunidade para melhorar a gestão da saúde no ambiente corporativo.
E considerando que esses dados (prontuários eletrônicos, sociodemográficos e laboratoriais) estarão em uma plataforma de fácil acesso, a gestão com indicadores se torna ainda mais prática.
Essas ações podem estar no planejamento da Saúde do Trabalhador promovido pelo SESMT e ser gerenciado pelo Médico do Trabalho da organização, ou da empresa terceirizada, como Gestor da Saúde.
Por que implementar?
Executar a transformação tecnológica não é mais um diferencial, é um pré-requisito do mercado, seja ele institucional, comercial, corporativo ou da saúde.
As tecnologias chegaram para ficar e como saúde é essencial, precisamos nos adaptar para o futuro onde quase tudo será realizado de forma virtual ou remota.
O sucesso de muitas organizações está ligado às pessoas e ao quanto essa organização se preocupa com o bem-estar e a saúde delas.
Nós encaramos a saúde corporativa como um custo e não um investimento no Brasil. Porém, investir nas pessoas que movem “a máquina” é essencial para o alcance de metas organizacionais e elas não podem fazer isso sem saúde.
Logo, implementar planos de saúde ocupacional se tornam essenciais e ao usar tecnologias como a Telemedicina é uma opção que pode garantir a saúde desse pessoal e reduzir custos com esse serviço.
Inseguranças do mercado
É natural termos dúvidas quanto a conceitos vanguardistas, mas aderir a novas tecnologias é um passo importante para as empresas que querem aumentar resultados.
A contratação de um serviço como esse precisa ser medida com base no retorno a curto, médio e longo prazo. Para isso uma cultura organizacional precisa ser desenvolvida priorizando a saúde corporativa.
A boa notícia é que não é necessário implementar tudo de uma vez. Essa pode ser uma medida aplicada aos poucos, de forma personalizada e de acordo com a realidade de cada instituição.
Assim, podemos concluir que a medicina ocupacional está mudando e é verdade absoluta que a tecnologia traz expectativas altíssimas para a implantação de um programa moderno de Gestão da Saúde Integral do Trabalhador.
É uma mudança do modelo tradicional e assistencial para um modelo inovador e mais acessível com foco na promoção da saúde, no bem-estar e na prevenção de doenças.
Hora de se adaptar
Essa integração de sistemas e departamentos, o cruzamento de dados, e a aquisição de ferramentas que ampliam o número de especialistas disponíveis num “click” é o futuro da saúde ocupacional.
O grande desafio é começar a utilizar mais o que temos disponível de tecnologia, de conectividade e de informação e integrar tudo isso ao ambiente corporativo no setor da saúde.
Ainda há certa resistência do mercado e da sociedade médica tradicional, mas segundo pesquisadores é uma transformação inevitável. E quem conseguir se adaptar mais rápido a essa transformação também vai colher os frutos antecipadamente.
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