BNews Summer: Risco de AVC aumenta 72% durante períodos de onda de calor; veja como minimizar impactos
Médico cardiologista aponta os fatores de risco para o AVC | Bnews – Foto Divulgação Pixaba.
O verão de 2025, combinado com o aumento global das temperaturas, tem causado um impacto precupante na saúde pública. Para além de todos os problemas que o calor traz para a população, ele está elevando o risco de doenças graves, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O AVC é a principal causa de incapacidade e a 2° maior causa de morte natural do mundo. Segundo dados recentes, nas últimas três décadas, a carga global de derrames relacionados ao calor aumentou em 72%, atingindo 11,9 milhões de casos. Já no Brasil, entre janeiro e agosto de 2024 cerca de 39.345 brasileiros perderam a vida, uma média de 6 óbitos por hora.
De acordo com o médico cardiologista Marcelo Pedro dos Santos, o calor excessivo pode atuar como um desencadeador para pessoas com comorbidades ou quadros pré-existentes como hipertensão e diabetes.
Há dois tipos de AVC, o isquêmico, que ocorre quando há obstrução de um vaso sanguíneo, e o hemorrágico, que é quando uma artéria se rompe e há vazamento de sangue para o sistema nervoso central. Esse processo pode piorar durante uma onda de calor, quando as temperaturas ultrapassam os 42ºC
“Nos dias muito quentes, o corpo passa por um processo de vasodilatação para tentar dissipar o calor. Para a maioria das pessoas, isso é um mecanismo normal de regulação térmica. No entanto, em indivíduos com predisposição cardiovascular, essa alteração pode levar a quedas bruscas de pressão ou a sobrecarga cardíaca”, afirma o cardiologista.
A exposição prolongada ao sol e altas temperaturas, sem a devida proteção e hidratação, torna a situação ainda mais grave. A desidratação é um dos principais mecanismos que podem aumentar o risco de AVC em períodos de calor. Quando o corpo perde líquidos sem reposição adequada, o volume de sangue circulante diminui, tornando-o mais espesso e propenso à formação de coágulos. Esse efeito pode favorecer o desenvolvimento do AVC isquêmico. Além disso, o coração precisa trabalhar mais para manter a circulação e a pressão arterial estável.
“Esse esforço adicional pode causar sintomas como dor de cabeça, mal-estar, transpiração excessiva, aumento da frequência cardíaca e respiratória e, em casos mais graves, quedas de pressão”, alerta Marcelo Pedro.
Para minimizar os impactos das altas temperaturas na saúde cardiovascular, o cardiologista recomenda manter uma hidratação constante, consumindo pelo menos 35 ml de água por kg de peso corporal. Por exemplo, um adulto de 73 kg deve ingerir cerca de 2,5 litros de água.
Além disso, é importante evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína. O especialista também ressalta a necessidade de evitar a exposição direta ao sol, especialmente entre 9h e 17h, e de monitorar a pressão arterial, especialmente em pessoas com histórico de hipertensão. Para prevenir a sobrecarga térmica, é fundamental adiar exercícios extenuantes para os horários mais frescos do dia.
Fonte: Bnews – 14/02/2025
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